domingo, 20 de março de 2011

Reflexões.

Num dia ensolarado Sana acordou e não se deu conta de que o dia raiara.
Deveria ser impossível isso acontecer, pois o dia era radiante e tinha uma energia
muito positiva no ar, apesar de sempre ser assim, muitas vezes não percebemos.
O dia anterior pra Sana, não fora dos melhores, pra ela, fora improdutivo e muito extressante. Num novo dia que chegou sem pedir licença, nunca pede mesmo, ele vem e pronto, ela não concordava com nada o que tinha acontecido, aquele dia, pra ela, não significou mais um milagre da vida e da natureza, que é o que realmente é. 
E já que ela entendeu assim, nada era acertado pra ela, parecia que o mundo estava contra ela. Poderia até ser compreensível, pois rompera o namoro, perdera um contrato, tinha tido dias antes, um probleminha no trânsito. Realmente muitos problemas, mas sempre pode ser pior, e por um momento, foi.
Nesse dia glorioso Sana resolveu não ir trabalhar, desligou os telefones, e se escondeu em seu mundo particular, como se pudesse se isolar de tudo e de todos.
Então seus pensamentos a castigava sem trégua, eles simplesmente vinham e martelavam sua cabeça, sem que ela pudesse fazer nada. Sana então ligou a tv, um erro que mudaria seu dia, pra melhor. 
Eram tantas notícias, tanta coisa acontecendo no mundo. As informações eram de todo tipo, violência, roubos, traições, falsidades, tragédias e mortes. Numa dessas notícias, ela assistiu a uma reportagem sobre uma jovem um pouco mais nova do que ela, que acabara de sofrer um grave acidente, onde muitos haviam morrido e ela e poucas pessoas sobreviveram. As imagens desse e de outros acontecimentos, lhe afetaram de tal maneira, que ela levantou-se e olhou pela janela, olhou pra suas pernas perfeitas e bonitas e foi ao espelho e se pôs a olhar seu reflexo no espelho, e se perguntou: meu Deus que problema eu tenho? Meu carro ainda está ali, me emprego ainda está lá e existem muito outros bons homens no mundo; qual é, esse problema tão grave que eu tenho, que me pode impedir de viver?
Eu num rompante, tomou um banho, se arrumou e partiu pro trabalho, mas no caminho, ela romoia as idéias, pra tentar encontrar forças pra suportar os sermões que lhe aguardavam, o chefe, os companheiros, como seria?
Chegando no trabalho ela teve uma surpresa, ninguém disse nada demais, somente um: o que houve Sana Maria? Pegou trânsito? Está tudo bem?
E ela então com um semblante de alívio e com uma voz doce e suave disse:
desculpem-me gente, me atrasei um pouco, mas isso não vai mais se repetir.
Simplesmente isso, sem mentir, sem achar que estava sendo cobrada e sem se sentir uma pessoa infeliz.

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